sexta-feira, fevereiro 28, 2003

A atitude passiva por parte do aluno durante uma aula, está não só associada à postura do professor, como a uma imagem estereotipada que recaiu já à algum tempo sobre o professor e que é cómodo para alguns dos alunos (há alunos que se acomodaram a ter um papel de passividade, contrastando com a actividade do professor). Se se consultar a norma 3 das Normas Profissionais para o Ensino da Matemática, pode-se destacar que alguns dos aspectos mais frequentes na prática do professor e do aluno são os que estão relacionados com a resistência às normas do discurso, pois os alunos mais velhos que estão habituados a um grupo diferente de regras para pensar e falar na escola oferecem alguma resistência. No entanto, existe uma maior envolvência pelos alunos nos assuntos quando são eles próprios a investigar, a conjecturar, a explorar exemplos e contra-exemplos e este aspecto encontra-se patente nos três episódios descritos na norma 3. Outro aspecto mais frequente é o dos alunos entrarem em diálogo com os colegas para confirmar as suas conjecturas e/ou questionar as ideias uns dos outros. Um aspecto que é frequente nos episódios relatados na norma 3 e que deve ser implementado pelo professor actual é o da colocação de problemas e questões abertas para que o aluno não pense na Matemática como o domínio das respostas únicas e certas. O professor deve lutar cada dia para concretizar o objectivo de tornar a sala de aula num espaço onde os alunos, e mesmo ele, adquiram conhecimentos através de diálogos professor-aluno e aluno-aluno que podem apresentar respostas acertadas ou não, mas que permitam um ambiente permissivo aos raciocínios matemáticos e onde professor e alunos estejam a comunicar matematicamente com agrado.