Nas aulas os alunos frequentemente questionam quando têm duvidas sobre um exercício ou quando não entendem uma dada matéria. No entanto, quando se explica uma matéria diferente aos alunos, não é comum que estes questionem o porquê daquilo.
A partir do momento em que se ensina algo aos alunos eles agem segundo a regra “Se o professor diz é porque está certo” e preocupam-se somente em entender como se faz. Isto acontece pois é assim que eles vêem habituados.
Muitas vezes incentivo os alunos a descobrirem porque é que será que uma certa regra é verdadeira, ou o porque é que podemos concluir que uma certa matéria é válida e eles têm dificuldade em conjecturar, em dar opiniões. E muitas vezes acontece que se prepara uma aula de modo a que sejam os alunos a descobrir a matéria e eles no fim exclamam “Ó professora tanta coisa para descobrir isto? Mais vale decorar…”
Nas minhas aulas tento, sempre que possível, que sejam os alunos a descobrir, a conjecturar, a questionar. Mas admito que tem sido uma tarefa complicada pois a maior parte dos alunos acham mais fácil que se explique a matéria e se faça exercícios, embora alguns alunos já se deixem envolver mais um pouco pela descoberta.
Tento, sempre que possível, que sejam os alunos a corrigir os erros quando eles surgem e que tentem explicar aos colegas o porquê do erro e que tentem argumentar entre eles vários aspectos que vão surgindo.
Muitas vezes digo aos alunos que uma dada resolução tem um erro (mesmo quando esta está correcta) e esta táctica tem resultado pois os alunos ao procurar o erro vão explicando porque é que fizeram assim e porque é que acham que está correcto e acabam por validar as suas ideias de um modo natural. Como os alunos já me conhecem, já sabem que a resolução tanto pode estar certa como pode estar errada e então acabam por explicar passo por passo a sua resolução e por vezes quando estão errados, ao explicar acabam por se aperceber do que é que está mal e porquê.
Outra táctica que uso nas aulas é que os alunos quando não compreendem algo tentem fazê-lo no quadro e que os colegas vão explicando como se faz, e entretanto vou lançando questões do tipo “concordas?”; “Porquê?”; “será que isso é válido?”, etc.