domingo, outubro 31, 2004

Explicações justificam boas posições no 'ranking' das escolas

No formato electrónico do DN Online, Elsa Costa e Silva apresenta um artigo sobre a problemática dos rankings das escolas. Segundo a autora, um estudo desenvolvido em quatro escolas do distrito de Aveiro relaciona a boa posição do ranking das escolas à frequência de explicações, como também à formação académica dos pais. Como exemplo, apresenta um contraste entre duas escolas com posições bem distintas. Numa escola classificada em 4.º lugar no ranking nacional, 72% dos alunos tinham explicações e mais de 40% de pais eram diplomados; enquanto que numa escola posicionada em 506.º lugar, menos de metade dos alunos tinha apoio de professores fora das aulas e apenas 19% dos pais tinham passado pelo ensino superior.
"Podem as classificações obtidas em exame resultar de factores exteriores às aulas, nomeadamente de «bons explicadores», e não de «boas escolas»? Esta é uma das dúvidas levantada pelos autores da investigação, que apontam ainda o facto de vários estudos terem enfatizado «a importância do capital económico, social e cultural dos pais no apoio à escolarização dos seus filhos»".
Será que o recurso ao apoio extra-aulas é encarado pelos pais de que a escola pouco ensina? O que a escola pode fazer? Atendendo ao número cada vez mais elevado de novos professores no desemprego, não haverá uma solução que responsabilize a escola a dar esse apoio extra?

segunda-feira, setembro 06, 2004

Manifesto a minha solidariedade com a revolta que alguns colegas têm vivido e vivem relativamente aos concursos para o exercício das suas funções. De igual forma, também me solidarizo com os novos colegas, como relata a Ivone, que se vêem nos seus primeiros anos de serviço metidos nas entrelinhas das sucessivas alterações. E sobre os professores que terminam os seus estágios que se vêem, após a sua formação, no fundo de desemprego? Que sentido faz a existência de formação de professores? É esta a sociedade em que queremos viver, que não adequa atempadamente mecanismos de forma a direccionar gente com vontade de trabalhar? Como sobrevivem? Que motivação terão um dia amanhã para exercer a sua profissão? A todos estes, já que nada mais posso fazer, aconselho para esburacarem por tudo que é lado, talvez assim consigam outra profissão que não seja aquela por que tanto lutaram. Será justo?!?

quarta-feira, junho 30, 2004

Concursos de professores

Até ao ano anterior, os professores de ensino básico e secundário eram colocados no sistema de ensino de acordo com a sua classificação académica e profissional, ou seja, quem tinha melhor classificação estava acima dos que tinham classificação inferior.
Neste ano lectivo, para além de todas as novidades já conhecidas antes da abertura dos concursos entre as quais a passagem para a 2ª prioridade dos professores que tinham leccionado nos dois anos lectivos anteriores em escolas particulares, surgiu ainda uma outra novidade mas esta depois da abertura do concurso. Esta novidade a que me refiro foi a passagem para 2ª prioridade dos que tinham realizado o estágio no ano lectivo anterior, como é o meu caso.
O decreto de lei que regulamenta o concurso de docentes diz que concorrem na 2ª prioridade os professores que ?não tenham prestado funções, num dos dois anos lectivos anteriores, em estabelecimentos de educação ou de ensino públicos? e, dois dias depois da abertura do concurso, a direcção geral da administração educativa (DGAE) diz que na 2ª prioridade concorrem os professores que ?não tenham prestado funções em estabelecimentos de educação ou de ensino públicos, na qualidade de profissionalizados.? Alteraram o regulamento de um concurso depois da sua abertura o que, pelos meus poucos conhecimentos jurídicos, não é legal. Segundo a opinião da DGAE o que ocorreu foi um esclarecimento do decreto de lei. Será que foi isso? Ou foi antes uma forma que encontraram para ?tapar o sol com a peneira??
Gostaria ainda de salientar que, com a alteração a que me referi, passam à minha frente professores que apenas exerceram funções durante um dia, num estabelecimento de educação ou de ensino públicos, num dos dois anos lectivos anteriores, mesmo que estes tenham uma classificação profissional muito inferior à minha.
Decidi escrever agora sobre este assunto porque embora já se tenha passado à algum tempo continua a incomodar-me. Primeiro não deixaram concorrer os que estavam a terminar o estágio, depois, entre as muitas alterações, passaram para a 2ª prioridade os que terminaram o estágio no ano lectivo anterior, o que virá a seguir??

quinta-feira, junho 10, 2004

Multidisciplinaridade

Na revista "Única" do Jornal EXPRESSO, do dia 5 de Junho, li um artigo do Professor Nuno Crato sobre multidisciplinaridade.
Refere que esta prática, defendida acerrimamente por alguns pedagogos, pode não ser sinónimo de qualidade, havendo boa e má multidisciplinaridade.
Torna-se necessário que o docente, ao desenvolver projectos em parceria com professores de outras disciplinas tenha consciência de que estes trarão benefícios à aprendizagem dos conteúdos.
Nuno Crato alerta para o risco de o entusiasmo em torno do diálogo entre as disciplinas, fazer-nos esquecer a nossa própria disciplina.
"...um ensino que se centre em "projectos" e se esqueça das disciplinas, apenas pode conduzir a um treino vago e sem suporte em conhecimento substantivo, indispensável à capacidade de raciocinar e criar."
Ao desenvolvermos bons projectos multidisciplinares, podemos ajudar os alunos a pensar nos conceitos e a relaciona-los com outras ideias matemáticas, bem como nas suas aplicações à Biologia, Física, Química, Medicina, Política, etc.
Cabe-nos a nós, professores de Matemática, a responsabilidade de, em colaboração com professores de outras disciplinas, elaborar actividades válidas que desenvolvam o raciocínio, a compreensão e aptidões matemáticas, assim como competências de comunicação através de variadas linguagens e tecnologias, incentivando, desta forma, os alunos a interagir activamente e de modo critico com o meio físico e social.
A proposta do Professor Floriano sobre o tabagismo seria uma óptima oportunidade para os alunos, através de um projecto multidisciplinar, cruzarem conhecimentos, partindo de outros previamente adquiridos.

quinta-feira, maio 27, 2004

Tabagismo

Quando procuramos introduzir/trabalhar determinados conceitos matemáticos, tende-se a procurar situações de contexto real. Tendo hoje assistido a uma conferência sobre o Tabagismo, dei comigo a pensar como este tema pode ser debatido, num contexto matemático, ao nível da sala de aula. Em qualquer ano escolar pode ser feito um estudo, com os sujeitos da própria escola, sobre os fumadores/não fumadores; as despesas efectuadas pelos fumadores; as doenças associadas ao Tabaco; etc. Este exemplo, para além de consciencializar os jovens dos malefícios do Tabaco, também permite "mostrar" aos alunos a importância da Matemática na interpretação/prevenção de fenómenos do dia-a-dia.

quarta-feira, março 17, 2004

A Matemática surge até aos nossos tempos através de uma evolução que, de algum modo, acompanha a da Humanidade. Grandes feitos e grandes vultos estiveram por trás de tal evolução. Deste modo, a grandiosidade das obras/descobertas efectuadas pelo Homem surge como elemento de estudo na História da Matemática. Podemos assim analisar a dimensão da actividade laboral e intelectual do Ser humano que está por detrás desta ciência. Podemos de igual modo constatar outros aspectos de relevo, como algumas curiosidades: o primeiro quadrado mágico surgiu na China, desenhado na carapaça de uma tartaruga! Na Idade Média a principal função dos matemáticos era fazer previsões astrológicas! O cubo mágico tem mais de 43 triliões de possibilidades mas há pessoas que o conseguem resolver em menos de um minuto!
Ao nível pedagógico, é de destacar a importância em propor aos alunos trabalhos sobre temas ligados à História da Matemática, confrontar os processos/técnicas actuais com as de outros tempos, resolver problemas por processos antigos, compreender as formas de raciocinar desses tempos, e perceber a importância da evolução da Matemática na modernização da nossa sociedade.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Para quem acabou de obter uma licenciatura e se encontra no desemprego poderá interessar-lhe a seguinte notícia
"Estamos à procura de licenciados nas áreas de matemática, biologia, física e
química, para dar aulas em Angola.
http://leigosboanova.cjb.net
http://clientes.netvisao.pt/eduard20/portugue/gabelapr.htm

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Formar ou deformar? Grupo ou individualismo? Que significados atribuir? Ausência de palavra ou simplesmente uma mera disjunção/conjunção de interesses e de sentimentos? Qual o valor lógico de uma afirmação criada no plural, que a ausência tende a conjecturar como sendo uma negação ou uma implicação?