segunda-feira, abril 14, 2003

O professor deve, para cada aula, efectuar uma análise das suas práticas, que se poderá dividir em três partes: a primeira é realizada aquando da preparação da aula, onde o professor toma decisões que vão de encontro às características dos alunos que tem pela frente; a segunda tem lugar no decorrer da própria aula, quando tem que reformular a sua planificação perante situações imprevistas. A última será efectuada pós-aula, que poderá coincidir com os instantes que antecedem a preparação da aula seguinte. Esta análise é fundamental para que o professsor reflicta sobre as suas práticas no sentido de as melhorar, e também contribui para um melhor conhecimento dos alunos que tem à sua frente.

É bom que cada professor reflicta sobre as suas práticas de ensino, se os métodos utilizados são ou não os mais adequados no ensino aprendizagem dos alunos, pode-se ou não utilizar outras estratégias, caso as utilizadas anteriormente não sejam as mais funcionais.
Será que os alunos compreenderam os conteúdos abordados? ou deveria ter utilizado outros processos? Estas questões põem o professor a pensar sobre as suas práticas de ensino.
Assim cada professor deve reflectir e pensar qual será a melhor forma de avaliar os alunos. Será que os testes são suficientes na avaliação? Claro que não, há que ter em consideração outros factores. Trabalhos de pesquisa individual ou em grupo, organização do caderno diário, material necessário para a aula, participação e organização das várias ideias, fazer os trabalhos de casa, assiduidade e pontualidade, bom relacionamento com os colegas e professores, comportamento … Avaliar é um acto complexo, uma vez que há vários factores que estão em jogo e por isso por vezes pode-se cometer algumas injustiças em relação a este ou aquele aluno.
É importante que o professor crie um ambiente de aprendizagem dentro da sala de aula, permitindo aos alunos individualmente ou em pequenos grupos um ambiente de trabalho. O professor não deve dar as respostas de imediato, mas sim orientar os vários alunos na obtenção de resultados satisfatórios, para isso é necessários dar-lhes algum tempo para que eles através dos seus raciocínios de pensamento cheguem a algumas soluções.
Deve-se orientar os alunos de modo a que eles questionem as ideias uns dos outros e as compreendam; e por vezes as critiquem quando for necessário.
O professor deve dar valor às respostas dos alunos, valorizar os seus raciocínios mostrar interesse em compreender as suas ideias e levá-los à discussão com toda a turma, para que através de vários processos de resolução cheguem a um mesmo resultado.

domingo, abril 06, 2003

A aprendizagem na sala de aula depende de vários factores. Muitas vezes poderíamos ser levados a pensar que se utilizássemos as estratégias, que pensamos ser mais adequadas para ensinar determinados conteúdos, os alunos aprenderiam e tudo correria bem, mas não é verdade!
As estratégias sem dúvida que são importantes, assim como o ambiente na sala de aula, as actividades propostas, …, mas cada um destes factores por si só pouco valor tem. O processo de ensino/aprendizagem é bastante complexo. Em cada aula, apercebemo-nos da forma como os alunos estão a aprender os novos conhecimentos. Umas vezes a reacção é boa mas por vezes apercebemo-nos que os alunos têm muitas dificuldades e a aprendizagem não decorre como esperávamos. Estamos constantemente a avaliar os processos que ocorrem na sala de aula. Esta avaliação é um ponto de partida para melhorar a nossa forma de ensinar, para crescermos em profissionalismo. A aprendizagem e a avaliação são partes integrantes do processo educativo que se influenciam mutuamente. Avaliar pressupõe aprender, uma vez que se avalia até que ponto as metas de aprendizagem propostas aos alunos são por estes alcançadas e até que ponto os processos utilizados pelo professor foram bem sucedidos. Por um lado, a avaliação traduz a aprendizagem realizada, mas, por outro, a avaliação condiciona as actividades posteriores, quer do aluno, quer do professor. Assim, num processo de ensino/aprendizagem cuidadosamente planificado não se deve esquecer a função reguladora da avaliação. Relativamente à avaliação dos alunos, devem ser utilizados instrumentos diversificados.
Os habituais “testes”, apesar de terem reconhecida importância na avaliação das aprendizagens do domínio cognitivo, não são suficientes, representam apenas uma das vertentes da avaliação global do aluno. No entanto, os “testes” também têm vantagens como sejam a economização de tempo (obtendo, numa aula, dados mais ou menos objectivos sobre todos os alunos) e o facto de funcionar como meio para os alunos desenvolverem: a autonomia e o sentido da responsabilidade, a familiarização com um tipo de instrumento que irão utilizar, cada vez mais, à medida que prossigam os estudos e a auto-regulação da sua aprendizagem. Dado que todos os alunos são diferentes é imprescindível utilizar diferentes instrumentos de avaliação. A utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação não permite “ver” o aluno sob todos os ângulos, o que induz em erros graves. De facto, pode acontecer de termos alunos que não são bem sucedidos em determinada forma de avaliação e, uma vez que pretendemos avaliar a aprendizagem dos alunos pretendendo minimizar a falibilidade do julgamento que a avaliação implica, deve haver uma prática contínua e sistemática de avaliação, recorrendo a instrumentos diversificados. Instrumentos que não devem ser considerados como fins, mas sim como meios para se obter informação útil para a intervenção pedagógica.
Nas minhas aulas tento estar atenta a cada aluno e analisar constantemente a sua forma de fazer matemática para melhorar o ensino, adaptando-o a cada aluno. Cada aluno é diferente, uns são mais desinibidos e não encontram qualquer obstáculo em se pronunciar, em explicar o seu raciocínio, outros, talvez devido à sua personalidade, são mais tímidos e sentem mais dificuldades em dar a sua opinião.
No decorrer da minha curta experiência, sinto que a análise do processo de ensino/aprendizagem desenvolvido em cada aula, me ajuda a melhorar dia após dia.
À medida que fui conhecendo melhor cada aluno, com base na análise das aulas e dos resultados obtidos, fui modificando a minha forma de ensinar, caminhando, uma vezes rapidamente outras mais lentamente, em direcção ao meu objectivo principal: ensinar os alunos a fazer Matemática.

sábado, abril 05, 2003

Da leitura que fiz da norma 6 "Análise do ensino e da aprendizagem", destaco o facto de que para além da necessidade de efectuar uma análise profunda e sistemática dos alunos e sua aprendizagem, o professor deve virar essa mesma capacidade analítica para si mesmo. O reflectir constantemente sobre, a sua prática, o ambiente que cria na sala de aula, o seu discurso, as actividades propostas, permitir-lhe-á uma avaliação válida do ensino e da aprendizagem dos seus alunos. Poderá a partir deste ponto alterar estratégias que não resultem, alterar e adaptar planificações a longo e curto prazo, e experienciar novas abordagens para mudar a sua prática. Tudo isto irá contribuir de forma decisiva para aprofundar o conhecimento sobre cada aluno, factor fundamental e decisivo para um ensino que se quer cada vez mais personalizado e centrado na realidade de cada Escola e de cada aluno.

terça-feira, abril 01, 2003

O professor na sua prática educativa diária, questiona-se por diversas razões ( se uma aula corre mal, questiona-se sobre o que terá ou não resultado./ se os alunos apresentam dúvidas, questiona-se sobre as estratégias a modificar.). Isto para dizer que, no seu dia-a-dia o professor faz uma análise constante do ensino/aprendizagem, porque afinal qual é o professor que não deseje o sucesso dos seus alunos? E que trabalhe com o objectivo de que cada aula pode ser melhorada?
O professor deve saber orientar a aprendizagem, observando, sabendo ouvir, para assim poder avaliar o que os alunos aprendem. Deve avaliar a compreensão dos conceitos, a sua predisposição para comunicar matematicamente, a sua força de vontade, o seu empenho, o seu comportamento, etc.
Todos concordamos que os testes não devem ser, nem são, a única forma de avaliação, porque muitas vezes existem factores extra sala de aula que contribuem e influenciam negativamente o aproveitamento dos alunos.
O professor enquanto orientador da aprendizagem deve promover a discussão, quer em grupo, quer a nível individual, deve questionar os alunos, não no sentido de apelar à memorização mas para levar os alunos à conjectura. Deve também avaliar os cadernos diários, propor actividades cujo resultado seja avaliado e todas as outras fontes a que tenha acesso.
Esta norma foca uma ideia que considero importante: “a avaliação e a análise do ensino estão interligados”. Através da avaliação, o professor avalia não só os alunos como a si próprio e às suas estratégias. Avaliar até que ponto a aprendizagem está a ser significativa auxilia o professor sobre que estratégias e instrumentos deve utilizar para melhorar essa mesma aprendizagem.
Deve-se não só aplicar novos instrumentos e práticas mas também avaliar estes mesmos instrumentos e averiguar até que ponto eles influenciam para que os alunos tenham uma aprendizagem mais significativa.
Se uma dada actividade, por mais bonita e interessante que pareça não resulta numa determinada turma, deve-se optar por outras actividades, mesmo que não nos pareçam tão apelativas.
Um bom professor é aquele que acredita que pode fazer sempre mais e que analisa constantemente as suas práticas e o impacto destas e consegue reconhecer que, quando estas não são suficientes, deve procurar novas ideias e adaptá-las na sala de aula.
As planificações são uma grande ajuda para o professor se orientar, no entanto são apenas planificações e não guiões que se devem seguir à letra. Por isso, quando estas não se mostram eficazes, o professor deve modifica-las.
Como deve um professor avaliar os alunos? Deve-se avaliar somente através dos testes, como acontece na maior parte das escolas? Deve-se avaliar sobretudo através da participação do aluno tanto individualmente como em grupo? Que nota dar a um aluno que sempre se esforçou imenso, que nunca desistiu, mas que não consegue ter resultados científicos positivos? Será que se tentarmos avaliar considerando apenas uma fonte não corremos o risco de cometer injustiças? Por estas e outras questões facilmente se vê que a avaliação é muito complexa e subjectiva, por mais objectivos que tentemos ser. Para tentar combater um pouco esta subjectividade e tentar não cometer injustiças, o professor deve aproveitar todas as fontes de que dispõe.