sábado, fevereiro 22, 2003

Todos nós, professores, educadores, temos de ter consciência da nossa enorme influência na formação das crianças. é, portanto, cada vez mais importante a acção e o discurso do professor dentro da sala de aula. Devemos tirar partido dessa influência e tentar direccionar o modelo de aluno para um modelo autónomo, interventivo e criativo. Eu, com a minha pouca experiência, penso que este é um objectivo difícil de alcançar. A minha primeira etapa foi fazer com que os alunos tivessem vontade de me ouvir. Para mim, essa foi a etapa mais fácil de alcançar, pois dependeu, apenas, de mim, da minha habilidade para os cativar. A segunda etapa foi tentar elevar a autoestima de cada um. Deparei-me com alunos que têm medo de falar, de comunicar, de errar. Na minha prática diária dou sempre importância à palavra do aluno, por mais absurdo que seja o comentário, o importante é que ele teve vontade de participar. Essa sim é uma tarefa difícil. Às vezes, tenho que ser muito rápida e estar muito atenta para conseguir tirar partido de todos os erros do aluno. Depois de lhes transmitir, e eles próprios sentirem, que são activos no processo ensino/aprendizagem, é só usar esse facto a nosso favor. Quando os meus alunos se aperceberam, eu já lhes respondia com outras perguntas. Apesar de algumas rejeições a este meu papel, há alunos que já conseguem conjecturar e exemplificar com exemplos e contra-exemplos. Ou seja, conseguem comunicar matemáticamente. Infelizmente, uma parte dos alunos ainda não conseguiram deixar aquele modelo completamente dependente.
O factor surpresa é uma "arma" fortíssima que ainda temos e eu estou a tentar usá-la para conseguir tentar "abanar" alguns alunos.