O professor como orientador da aprendizagem dos alunos, tem também o papel de orientador do discurso. Esse papel não é, como referem as normas, algo que surge de modo natural, pois na pouca experiência que tenho como professora reparei que os alunos têm muito receio em participar na aula. As participações a que eles estavam habituados eram somente na parte de consolidação da matéria, isto é, quando se pergunta aos alunos qual o resultado de um exercício, os alunos respondiam facilmente, mas, no entanto, quando se pedia ao aluno para explicar aos colegas o seu raciocínio ou para fundamentarem o que apresentaram, o mais comum era ficarem todos atrapalhados e tentarem livrar-se dessa tarefa. Por isso, é muito importante que o professor provoque o raciocínio dos alunos, que os desafie, que os incentive a participar, que os incentive a conjecturar, porque os alunos, por sua iniciativa não o fazem. Ainda existe muito o medo de “errar em voz alta”, de que as suas ideias não sejam bem aceites. Por isso os professores devem valorizar o erro e mostrar que o erro também pode ajudar na aprendizagem, porque por vezes enquanto se descobre o porquê do erro aprende-se muito e vai-se um pouco mais além. Sem dúvida que as actividades e questões apresentadas na sala de aula são importantes para promover o discurso pois fazendo questões abertas, mais facilmente se permite aos alunos uma maior participação. Neste seu novo papel, o professor tem que dar hipótese aos alunos de alcançar o conhecimento, esquecendo as velhas práticas de explicar toda a matéria e só depois dar a vez aos alunos de participar. Ele deve estimular os seus alunos para que tentem construir a matéria, fornecendo pistas quando necessário e dando tempo para que os alunos argumentem, conjecturem, debatam entre si as ideias que vão surgindo, oriente um pouco as ideias quando estas se dispersam em demasia, mostrando interesse e incentivando os alunos a desenvolverem as suas ideias.
Outro aspecto muito importante é orientar a participação dos alunos. É importante que todos os alunos sintam que podem participar e que a qualquer momento podem ser desafiados a dar a sua opinião. Se o professor permitir que somente os alunos que têm a mão no ar participem, o mais certo é alguns alunos se deixem ficar no seu canto e percam o interesse pelo discurso. No entanto, se o professor for dando palavra tanto aos alunos que estejam ansiosos por participar como desafiando alunos que não o estejam estes últimos acabam por também se envolver.
Comentário do primeiro episódio:
Neste caso, a professora incentiva constantemente os alunos a conjecturar e a justificar as respostas dadas. A maior parte do seu discurso está centrado em palavras como “porquê” e “explica” o que teve como resultado que os alunos fossem explorando as suas ideias. Outro aspecto muito importante foi que a professora permitiu que os alunos se apercebessem dos seus próprios erros, comparando as várias ideias e as várias explicações. Até que os resultados acabam por surgir em grupo, pois os alunos aos poucos vão-se apercebendo de como chegaram aos resultados. Ms. Nakamura, deixa os alunos chegarem a algumas conclusões e depois disso incentiva-os a explorar mais situações, como por exemplo, depois de descobrirem quantas narinas tinham questionou que outras partes do corpo tinham que fossem mais do que 29.
Por vezes, colocava uma questão a toda a turma e outras colocava somente a um aluno, provocando constantemente a participação destes e dando ideias para os ajudar a prosseguir o seu raciocínio.