quinta-feira, março 06, 2003

Temos vindo a referir o quão importante será uma aprendizagem feita por descoberta, sem imposição de teorias pelo professor. Contudo, para que tal seja possível, torna-se necessário que o docente dê o primeiro passo, levando para a sala de aula instrumentos que permitem e facilitem esse tipo de aprendizagem.
Nos dias de hoje, ao contrário do que acontecia há uns anos, os alunos não têm medo de experimentar novas tecnologias, como os computadores e certos tipos de programas ou as calculadoras gráficas. Aliás, são neste tipo de aulas que se mostram mais empenhados. Convém, no entanto, que o aluno se aperceba e sinta necessidade de usar certos instrumentos e não o faça apenas por exigência do professor. Ao ter à sua disposição uma variedade de instrumentos, o discente poderá escolher os materiais que considerar mais adequados para explorar determinados problemas matemáticos.
Na minha turma do oitavo ano, propus aos alunos um trabalho de investigação sobre o triângulo de Pascal, e se para uns a internet é um instrumento necessário e suficiente, para outros não passa de mais um recurso entre outros, como enciclopédias, livros sobre a história da matemática, videos alusivos ao tema, etc.
Aquando da abordagem do capítulo sobre funções os meus alunos do 8º ano tiveram oportunidade de fazer representações gráficas, usando o programa Graphmatica. Todavia, alguns alunos que tinham calculadoras gráficas preferiram representar gráficos de funções usando esse instrumento, já que o consideravam mais prático do que um programa de computador. Creio ter sido uma aula interessante, pois os alunos que já sabiam representar funções lineares, conseguiram resolver uma série de questões alusivas à análise gráfica destas funções, sem terem que se preocupar com a sua representação gráfica. Apesar de ter trabalhado com os alunos esta parte da matéria usando em algumas aulas tecnologia, os resultados no teste de avaliação, que abrangia apenas este capítulo, ficou aquém das expectativas. Num universo de vinte e nove alunos, apenas treze conseguiram tirar positiva.
Na turma do sétimo ano implementei, para o estudo de ângulos de lados verticalmente opostos e ângulos de lados paralelos, o programa Cabri. Os alunos ficaram extremamente entusiasmados com as actividades daquela aula e nas aulas seguintes insistiram para que se voltasse a repetir a experiência. Acredito que por ter sido o primeiro contacto com a manipulação de computadores na sala de aula, os alunos não se tivessem concentrado nas tarefas como seria de esperar. Porém, pareceu-me uma experiência bastante positiva para eles.
O uso de projecções em PowerPoint, bem como os diaporamas constitui igualmente factor de interesse, principalmente na turma do sétimo ano.
Outros materiais mais simples como os sólidos geométricos, o “Jogo do Tangram”, ou o geoplano desempenharam um papel motivador e encaminhador na criação de uma comunicação matemática saudável com os meus alunos.
Lembram-se da aula sobre o Teorema de Pitàgoras no Espaço(momento de partilha)?
Uma caixa em acrílico com a forma de um paralelepípedo e dois triângulos rectângulos feitos em cartolina, serviram como base a uma discussão que levou os alunos a deduzirem a fórmula que lhes permitia calcular a diagonal de um paralelepípedo.
Este período gostaria de explorar mais o computador, o que será possível na altura da implementação da webquest. Aliás, estou curiosa por saber qual o efeito que terá nos meus alunos do sétimo ano, sempre tão irrequietos e conversadores.