sexta-feira, maio 30, 2003

O processo de avaliação não pode ser o resultado de mera rotina, mas sim, um meio que leve cada um dos implicados no processo ensino/aprendizagem a consciencializar-se do que aconteceu ao longo deste. Incide principalmente no que acontece na aula enquanto alunos e professores interagem. As Normas para a avaliação apelam mais à mudança do que a uma mera modificação nos testes. O que é avaliado pode ter grande influência no que é ensinado aos alunos. Segundo as Normas, é necessário haver mudanças nos processos e métodos através dos quais se obtém a informação.
Com a consciência que a avaliação é essencial ao sucesso educativo, tentei seguir as recomendações das Normas na recolha de informação útil à formação de um juízo. Assim, durante os dois períodos, para além das fichas de avaliação, avaliei os alunos preenchendo regularmente uma grelha de observação onde eram registados os seguintes aspectos, recomendados pelo grupo de Matemática: comportamento, utilização de vocabulário adequado, pertinência nas questões, hábitos de trabalho, participação nas actividades propostas, respeito pelos colegas, persistência e gosto por aprender.
Para complementar os meios de avaliação utilizados, para que os alunos sintam a necessidade de demonstrar os seus conhecimentos e consequentemente estudarem, todos os dias marquei trabalhos de casa, e fiz a verificação dos mesmos preenchendo uma grelha. Apesar da diversidade de meios de avaliação utilizados, em alguns casos as lacunas dos alunos só foram detectadas nas fichas de avaliação.


No início do ano, a expectativa era grande, pois tinha chegado o momento em que deixava o papel de aluna e passaria a desempenhar o papel com que sempre sonhei, o de professora.
Cabia-me a missão de preparar os alunos para a vida, pelo que pretendia que o processo ensino/aprendizagem fosse orientado num clima de liberdade, participação, cooperação, solidariedade, respeito mútuo, responsabilidade e autonomia, no sentido da formação integral.
A principal dificuldade com que deparei ao longo do ano foi a falta de pré-requisitos, nos alunos da turma do 9º ano. Além disso esta turma é muito heterogénea: em valores, atitudes e comportamento. Divide-se em dois grupos: os interessados, que estudam e participam e os que têm falta de bases tão grandes que acham que não vale a pena aplicarem-se na disciplina de matemática, indo às aulas apenas para não levar falta. Dos pertencentes a este último grupo, acho que consegui recuperar alguns. E quando digo recuperar não significa chegar a positiva só em termos de conhecimentos, mas chegar a positiva também em termos de interesse, empenho e participação.
Mas, o maior desafio foi motivar estes alunos no turno da tarde, ao último tempo. Pois a esta hora do dia revelam-se muito irrequietos, conflituosos e barulhentos. Apesar de todos os esforços da minha parte, nem sempre obtive sucesso.