domingo, abril 06, 2003

A aprendizagem na sala de aula depende de vários factores. Muitas vezes poderíamos ser levados a pensar que se utilizássemos as estratégias, que pensamos ser mais adequadas para ensinar determinados conteúdos, os alunos aprenderiam e tudo correria bem, mas não é verdade!
As estratégias sem dúvida que são importantes, assim como o ambiente na sala de aula, as actividades propostas, …, mas cada um destes factores por si só pouco valor tem. O processo de ensino/aprendizagem é bastante complexo. Em cada aula, apercebemo-nos da forma como os alunos estão a aprender os novos conhecimentos. Umas vezes a reacção é boa mas por vezes apercebemo-nos que os alunos têm muitas dificuldades e a aprendizagem não decorre como esperávamos. Estamos constantemente a avaliar os processos que ocorrem na sala de aula. Esta avaliação é um ponto de partida para melhorar a nossa forma de ensinar, para crescermos em profissionalismo. A aprendizagem e a avaliação são partes integrantes do processo educativo que se influenciam mutuamente. Avaliar pressupõe aprender, uma vez que se avalia até que ponto as metas de aprendizagem propostas aos alunos são por estes alcançadas e até que ponto os processos utilizados pelo professor foram bem sucedidos. Por um lado, a avaliação traduz a aprendizagem realizada, mas, por outro, a avaliação condiciona as actividades posteriores, quer do aluno, quer do professor. Assim, num processo de ensino/aprendizagem cuidadosamente planificado não se deve esquecer a função reguladora da avaliação. Relativamente à avaliação dos alunos, devem ser utilizados instrumentos diversificados.
Os habituais “testes”, apesar de terem reconhecida importância na avaliação das aprendizagens do domínio cognitivo, não são suficientes, representam apenas uma das vertentes da avaliação global do aluno. No entanto, os “testes” também têm vantagens como sejam a economização de tempo (obtendo, numa aula, dados mais ou menos objectivos sobre todos os alunos) e o facto de funcionar como meio para os alunos desenvolverem: a autonomia e o sentido da responsabilidade, a familiarização com um tipo de instrumento que irão utilizar, cada vez mais, à medida que prossigam os estudos e a auto-regulação da sua aprendizagem. Dado que todos os alunos são diferentes é imprescindível utilizar diferentes instrumentos de avaliação. A utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de avaliação não permite “ver” o aluno sob todos os ângulos, o que induz em erros graves. De facto, pode acontecer de termos alunos que não são bem sucedidos em determinada forma de avaliação e, uma vez que pretendemos avaliar a aprendizagem dos alunos pretendendo minimizar a falibilidade do julgamento que a avaliação implica, deve haver uma prática contínua e sistemática de avaliação, recorrendo a instrumentos diversificados. Instrumentos que não devem ser considerados como fins, mas sim como meios para se obter informação útil para a intervenção pedagógica.
Nas minhas aulas tento estar atenta a cada aluno e analisar constantemente a sua forma de fazer matemática para melhorar o ensino, adaptando-o a cada aluno. Cada aluno é diferente, uns são mais desinibidos e não encontram qualquer obstáculo em se pronunciar, em explicar o seu raciocínio, outros, talvez devido à sua personalidade, são mais tímidos e sentem mais dificuldades em dar a sua opinião.
No decorrer da minha curta experiência, sinto que a análise do processo de ensino/aprendizagem desenvolvido em cada aula, me ajuda a melhorar dia após dia.
À medida que fui conhecendo melhor cada aluno, com base na análise das aulas e dos resultados obtidos, fui modificando a minha forma de ensinar, caminhando, uma vezes rapidamente outras mais lentamente, em direcção ao meu objectivo principal: ensinar os alunos a fazer Matemática.